Resenha do artigo "Data Analytics Anywhere and Everywhere"

Enviado por davi.vilarinho em Seg, 22/07/2024 - 17:05

Resenha do artigo "Data Analytics Anywhere and Everywhere", de autoria de Niklas Elmqvist.

Por João Antônio Menezes Jordão, em 22/07/2024.

 

Introdução e visão geral do artigo

 

Dentro de um contexto onde o ser humano utiliza tecnologias e aparelhos conectados à internet para realizar desde tarefas mais básicas até trabalhos mais complexos, os dados dos indivíduos conectados são um objeto muito importante e envolto de discussões na atualidade, logo, questões de como esses dados (e a análise sobre eles) podem ser usados para melhorar e apoiar a vida pessoal e profissional dos indivíduos. 

Entendendo a importância das discussões sobre “data”, o artigo aborda então a dinâmica de dados “anywhere and everywhere”: everywhere explicando que a coleta de dados é feita em basicamente “todo lugar”, possibilitando uma grande quantidade de dados disponíveis para análise; e anywhere retratando a possibilidade de se conectar de qualquer lugar (possível pelo aspecto everywhere comentado), ou seja, entramos em contato com os dados atualmente na maioria das atividades rotineiras que fazemos.

Sob esses aspectos, o artigo ainda aponta inicialmente que há uma oportunidade não explorada do uso desses dados para data analytics com base em dispositivos mobile, atualmente a plataforma dominante de computação do planeta, criticando o uso dos dispositivos móveis como meros “portais para o mundo digital”.

Essa perspectiva pode mudar com o fomento da ubiquitous computing, ou seja, o aspecto da computação além do teclado, mouse e monitor, passando desde o mobile até dispositivos de realidade aumentada, aproveitando esses dispositivos para revolucionar a análise de dados. O uso desses dispositivos cria um “ecossistema” que auxilia na análise pura, na criatividade e na tomada de decisões de um analista, visto que distribuir a análise pelo ambiente e não limitando-a apenas ao monitor facilita essa tarefa por trabalhar melhor com a forma que o cognitivo humano opera. 

Assim, o artigo almeja investigar como é possível aproveitar a everywhere data pode tornar os dados acessíveis em qualquer lugar e em qualquer momento, aproveitando a oportunidade da computação “onipresente” e seu poder de auxiliar na data analytics.

 

Anywhere and Everywhere Data

 

Voltando no aspecto da ubiquitous computing, entendida como a “terceira onda da computação”, é demonstrado no artigo que esse tipo de computação, que foge dos modelos tradicionais de computador de mesa (um sistema computacional integrado com um sistema de teclado, mouse e monitor, geralmente), já está presente e disseminada socialmente, dados os exemplos dos smartphones. Essa revolução da computação mobile unida com o aspecto onipresente trouxe como resultado a emersão da everywhere data e anywhere data, relevantes para a análise de dados. 

Com essa ascensão, uma gigantesca coleção de dados sobre as mais diversas áreas da sociedade foi coletada pela disseminação dos dispositivos móveis, ultrapassando até o limite do online e offline data. É salientado que esses dados são localizados geograficamente, temporalmente e contextualmente (o contexto o qual o dado foi coletado é relevante e deve ser considerado nas análises), exceto para os dados online (muitas vezes a localização geográfica não é relevante).

Assim, com essa grande quantidade de data coletado, o aproveitamento de tecnologias já existentes para ampliar a coleta de dados mantendo uma política de preservação da privacidade dos usuários pode ser realizado (conta no aspecto do everywhere data), bem como a integração de vários dispositivos e incentivo do uso de plataformas mobile para além de uma simples conexão com o mundo virtual pode auxiliar indivíduos na tomada de decisões corriqueiras e na ampliação do conhecimento baseado nos dados já coletados e estudados (aspecto do anywhere data).

 

The Cognitive Case

 

Com avanços nos estudos e pesquisas para melhorar as tarefas de data analysis, os chamados post-cognitive frameworks começaram a serem desenvolvidos para distribuírem e entregarem as informações em mais de uma mídia, valendo-se do fato de que o pensamento humano funciona como um sistema, podendo ser aprimorado com o aproveitamento da capacidade do cognitivo humano de captar informações em seu entorno, saindo do uso de apenas uma tela e melhorando os processos de análise de dados.

Dessa forma, é possível criarmos uma “extensão cibernética do pensamento humano” para operações lógicas, aritméticas e computacionais, como fala o artigo, fugindo da interação entre humano e computador tradicional.

Esse trecho do artigo também reforça que, nesse modelo de pensamento, é necessário priorizar a qualidade do ambiente criado do que a quantidade de dispositivos e displays, valorizando a criação de um espaço que valorize as características da cognição humana e una artefatos computacionais e físicos (livros, caneta e papel…) para potencializar a análise de dados.

 

The Gap in Our Tech

 

O artigo defende aqui que apenas recentemente conseguimos as tecnologias necessárias para a produção e escalabilidade desses modelos de trabalho e entendimento na análise de dados.

Elementos como o tamanho da tela, superfícies e devices de input e o design de aparelhos mobile em geral são citados como umas das tecnologias necessárias para a aplicação desse modelo. Além disso, tecnologias que integrem o ambiente de trabalho de análise de dados também são consideradas como importantes, como projetores que possam tornar uma superfície uma tela de exibição e de sensibilidade ao toque (integrando câmeras, sensores…), tornando praticamente qualquer espaço no mundo físico em displays de análise e manipulação de dados.

O artigo também defende novamente o uso dos celulares não como meros portais para o mundo digital mas dispositivos para trabalhar com análise dos dados.

 

Ubiquitous, Immersive, and Situated Analytics

 

Nesse trecho do artigo, o autor cita um histórico da data analysis no tocante a como uma análise que apresenta características como a “onipresença” da análise entre variados devices (ubiquitous), a imersão gerada por essa coleção de tecnologias (immersive) e situar a análise em um contexto real e usando dessas ferramentas para gerar uma visualização que se integre com o mundo físico e torne a análise mais coerente (situated).

O pesquisador conta também sobre sua pesquisa e suas conclusões pelo estudo sobre esse tópico, mostrando exemplos de como o agrupamento de certas tecnologias pode proporcionar um ambiente integrado para análise de dados, facilitando e auxiliando no trabalho do analista. 

Mostrando esse processo, demonstra com exemplos do seu próprio estudo como integrar tecnologias como projetores, celulares, smartwatches e óculos VR, por exemplo, na prática, além de mostrar a importância de programas e plataformas que organizem as formas como os dados serão exibidos e onde se localizarão, compondo um sistema que auxilia no processo de análise.

 

Challenges and Outlooks

 

Para concluir o artigo, o autor prevê a importância de se valorizar a diversidade de tecnologias e maneiras de implementar a análise de dados distribuídos em um ambiente de trabalho que integra o cognitivo humano a tecnologias de data analysis, variando nas técnicas e formas de se implementar esse projeto.

Além disso, comenta alguns desafios e previsões para o futuro, como a grande crescente de novas tecnologias que aumentem ainda mais a integralidade do mundo físico com o digital, fomento de modelos de IA human-centred, orientação de padrões, componentes e práticas de como essas técnicas serão implementadas e escaladas, oferecimento de acessibilidade e inclusão, dentre outras questões acerca da crescente da análise de dados imersiva e onipresente.

 

Conclusão da resenha e opiniões finais

 

O artigo é sim muito completo e aborda as diversas variáveis envoltas do estabelecimento da análise de dados imersiva e onipresente, que una o mundo físico com o digital para conseguir otimizar a tarefa de analisar a gigantesca quantidade de dados presentes atualmente, podendo proporcionar um munto com data analytics anywhere and everywhere e aproveitando essas tecnologias para melhorar as vidas e cotidianos dos humanos. Entretanto, há uma visão “|quase utópica” sobre o aproveitamento desses dados.

Assim, a questão da privacidade e da proteção dos dados é pouco abordada e quase que não comentada, procurando enfatizar os aspectos positivos do aproveitamento da grande quantidade de dados presentes e como isso pode auxiliar os humanos em seus cotidianos e em suas tarefas, das mais banais às mais complexas.

Apesar disso, o artigo é muito bem elaborado e estabelece os limites e alcances que sua teoria pode alcançar, além de explicar muito bem os conceitos necessários para entrar na discussão de data anywhere and everywhere e demonstrar o poder da “ubiquitous, immersive, and situated analytics” e dos espaços de análise de dados imersivos que integram tecnologias para proporcionarem um trabalho mais efetivo ao estimular o cognitivo humano.